terça-feira, 20 de dezembro de 2011

DELFINA BENIGNA DA CUNHA (1791-1857) - POETISA BRASILEIRA

Delfina Benigna da Cunha (1791-1857), nascida no Rio Grande do Sul (Brasil)é considerada uma das fundadoras da literatura gaúcha. Tem sido considerada a autora do primeiro livro de poesia impresso no Rio Grande do Sul (1834), uma primazia que investigações mais recentes atribuem a Maria Clemência da Silveira Sampaio.
A sua poesia é caraterizada por um intimismo elegíaco que levou João Pinto da Silva a compará-la a Marceline Desbordes-Valmore, a única mulher que faz parte dos poetas malditos selecionada por Paul Verlaine.
Uma epidemia de varíola deixou Delfina Benigna da Cunha cega, com cerca de vinte meses. Tal não veio a impedir que viesse a adquirir uma sólida educação, enraizada na cultura clássica e portuguesa.
"Poesias oferecidas às senhoras rio-grandenses", foi a sua obra de estreia. No prólogo explica os motivos que a levaram à publicação da obra: "Não é a glória que me convida a fazer a presente publicação: nem posso ter pretensões a louvores. A minha obra os não merece, disso tenho consciência.(...) A necessidade é o meu amor próprio, eu nem posso ter outro. (...) Tenho precisão de recursos, e eu peço recursos, oferecendo em troca o único trabalho de que é capaz quem é cega desde o berço!"
A sua última obra foi uma "Coleção de várias Poesias dedicadas à Imperatriz Viúva" (1846).
As "Poesias oferecidas às senhoras rio-grandenses", iniciam-se com o seguinte soneto:

"Em versos não cadentes, oh leitores,
Vereis os males meus, vereis meus danos:
Da primavera as galas e os verdores
Não brilharam p'ra os meus primeiros anos.

Mesmo n'infância exp'rimentei rigores
De meus fados crueis sempre inumanos,
Que só me destinaram dissabores,
Mil males revolvendo em seus arcanos.

Sem auxílio da luz, que o sol envia,
Versos dignos de vos tecer não posso;
Desculpai minha ousada fantasia.

Com estes cantos meus, mortais,adoço
A mágoa que o meu estro só resfria:
Se mérito lhe dais, é todo vosso.

Fontes: Massaud Moisés e José Paulo Paes (org.)(1987), "Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira", 3º ed, Cultrix, São Paulo, p. 408-9; http://pt.wikipedia.org/wiki/Marceline_Desbordes-Valmore; http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesias_oferecidas_%C3%A0s_Senhoras_Rio-Grandenses; http://pt.wikipedia.org/wiki/Delfina_Benigna_da_Cunha.

sábado, 27 de agosto de 2011

JORGE AMADO (1912-2001) - CENTENÁRIO DO NASCIMENTO

No próximo ano, o escritor baiano Jorge Amado faria 100 anos. As atividades destinadas a comemorar esse centenário, que decorrerão até ao final de 2012, foram já, parcialmente, tornadas públicas pela Fundação Casa de Jorge Amado. Para o efeito serão constituídos círculos de leitura, exibição de filmes, oficinas de arte literária, leituras em praças públicas, montagem de espetáculos e debates sobre as suas obras.
Programa até ao final de 2011, divulgado pela edição online de Globo.com (10/8/2011):

Agosto

17/08: Biblioteca de Itaparica - Oficina literária sobre a representação do negro na obra ‘Tenda dos Milagres’ destinada aos alunos do ensino médio e pré-vestibulandos do município de Itaparica.

18/08: Casa Afrânio Peixoto (Lençóis) – Conferência ‘Jorge Amado: da ancestralidade à representação dos Orixás’, com o professor Gildeci de Oliveira Leite, diretor do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologia (DCHT), da Universidade do Estado da Bahia (Uneb/Seabra).

28 e 29/08: Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (bairro Nazaré, Salvador) - X Encontro do Programa Nacional de Incentivo à Leitura Salvador (Proler) com o debate do tema ‘Leituras e releituras de Jorge, o Amado’ e realização de oficinas, palestras, saraus literários sobre o trabalho do escritor.

Outubro

10ª Bienal do Livro da Bahia – O evento, no Centro de Convenções da Bahia, prestigiará o Ano Jorge Amado, com lançamento de livros e realização de palestras, numa iniciativa da Secult, Secretaria de Educação (SEC) e empresa Fagga.

Salão Baiano de Turismo – Lançamento de roteiros turísticos na Bahia baseados na vida e obra de Jorge Amado.

Novembro

Lançamento do livro ‘Verger, Carybé e Jorge Amado’ - Responsáveis: Fundação Pierre Verger e Fundação Casa de Jorge Amado.

Lançamento do livro ‘Jorge Amado: 88 anos de vida e obra’ - Edição atualizada e revisada de ‘Jorge Amado 80 anos de vida e obra: subsídios para pesquisa’. Responsáveis: Editora da Ufba (Edufba) e a Fundação Pedro Calmon

Dezembro

16/12: Palestra ‘Jorge Amado: o escritor de Orixás e Candomblés da Bahia’ – O palestrante será o professor de literatura brasileira, Gildeci de Oliveira Leite. Responsáveis: Casa Afrânio Peixoto e Universidade do Estado da Bahia (Uneb /Seabra)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

IGNACIO PADILLA - PRÉMIO LA OTRA ORILLA 2011

Ignacio Padilla ganhou o Prémio La Otra Orilla 2011, que é atribuído pela Editorial Norma e pela Associação para a promoção das Artes (Proartes) da Colômbia, desde 2005, a um romance inédito de um escritor hispanoamericano.
O júri, composto por Juan Gossain, Horacio Vázquez-Rial e Pere Sureda, escolheu o seu romance El daño no es de ayer, destacando o seu enredo misterioso, absurdo e fantástico.
Ignacio Padilla nasceu na Cidade do México, em 1968, e é já há algum tempo umas das referências fundamentais da literatura mexicana. Integra com Jorge Volpi e Ángel Palau a famosa geração "crack" da literatura mexicana.

sábado, 30 de julho de 2011

MÁRIO QUINTANA (1906-1994) - POETA BRASILEIRO

O poeta Mário Quintana nasceu em Alegrete, tendo-se mudado em 1919 para Porto Alegre. Aí frequentou o Colégio Militar, onde publicou os seus primeiros trabalhos literários. Trabalhou na Editora Globo e depois na farmácia paterna.

"Poeta das coisas simples", com um enganoso ar "passadista", Mário Quintana têm uma obra que foi marginalizada no contexto da poesia brasileira posterior a 22, tendo a crítica negligenciado o seu humor subtil.

Mário Quintana trabalhou quase toda a vida como jornalista. Foi ainda tradutor de autores como Marcel Proust, Virgínia Woolf e Giovanni Papini.

O seu primeiro livro de poesia, A Rua dos Cataventos, foi editado em 1940. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética.

O Programa brasileiro Espaço Aberto Literatura acaba de lembrar a sua vida e obra.

Fontes: Massaud Moisés e José Paulo Paes (org.) (1987), Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira, Editora Cultrix, São Paulo, p. 343.


domingo, 24 de julho de 2011

MAURICIO BARRIENTOS (1960-2011) - POETA CHILENO

Mauricio Barrientos nasceu em Osorno, Chile, em 1960. Estudou matemáticas e física na Universidad Austral do Chile, tendo também estudado matemáticas na Universidad Católica de Valparaiso.Da sua obra constam os livros de poemas: "El hombre invertido" (1985), "Através del Reflejo" (1992), "El amor a olvidar" (1998), "Órbita" (2000), "Melancolia" (2003) e "Las estrellas fijan su residencia en los arroyos" (2007). Escreveu também crónicas e ensaios além de organizar antologias de outros autores: "Mandrágora" (2000), "Obras completas de Jorge Cáceres" (2002), "Alberto Rojas Jimenez viene volando" (2004), "La realidad deliberadamente" (2005), "Pedro Prado, obra poética" (2006) e "6 poetas polacos contemporáneos" (2008).
Barrientos foi director da Sociedad de Escritores de Chile.
No próximo dia 5 de agosto vai-lhe ser objecto de uma homenagem póstuma e simultâneamente será reeditado o seu livro "El hombre invertido".
Fontes: http://www.lanacion.cl/fallece-poeta-chileno-mauricio-barrientos/noticias/2011-06-09/143648.html, consultado em 24/7/2011; Sociedad de Escritores de Chile.

IVO MALDONADO - POETA CHILENO

Ivo Maldonado vai proceder ao lançamento do livro "Cuando los Arboles se olvidan del Otoño", no dia 28, na Casa del Escritor, em Santiago do Chile. A apresentação do livro estará a cargo das poetisas Isabel Gómez e Paz Molina, num diálogo sobre o livro, os poemas e a poesia do autor. Sobre a vida e obra do autor falará Ángel Pizarro.
Ivo Maldonado nasceu em Talcahuano, em 1978. Realizou estudos de Pedagogia em castelhano e comunicação social na Universidade de Bio-Bio, em Chillán. Participou em oficinas de literatura dirigidas pelos poetas Sergio Hernandez e Gonzalo Rojas. Em 2001 esteve em França, onde realizou estudos de dramaturgia. Em 2002, participou no Encontro Mundial de Poetas "Nicanos da le Fuente", na cidade de Chiclayo, Perú. Actualmente dirige a oficina de poesia "Sergio Hernandez" que criou na cidade de Concepción. Tem publicados dois livros de poesia "Anamorfosis" (Ediciones Etcétera, 2000); "Pequeña Antologia de la Nada" (Antros Ediciones, 2003). Em Dramaturgia montou: "No es bueno recordar" (2001) e "La Catarsis en el Paraíso" (2003)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

KATHLEEN WINTER - ESCRITORA CANADIANA

Kathleen Winter nasceu em 25 de Fevereiro de 1960, em Bill Quay, perto de Gateshead e foi criada em Newfoundland e Labrador. Começou a sua carreira como argumentista da série Rua Sésamo e da CBC Television. A sua primeira compilação de pequenos contos, boYs, foi a vencedora dos prémios Winterset Award e o Metcalf-Rook Award.
O seu primeiro romance, Annabel (2010), foi seleccionado para o Scotiabank Giller Prize e o Rogers Writer's Trust Fiction Prize e para o Governor General' s Award, de 2010. Em 2011, o romance Annabel, está ainda nomeado para o Orange Prize de ficção.
Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Kathleen_Winter, consultado em 14/4/2011; http://www.orangeprize.co.uk/prize.html, consultado em 14/4/2011.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

ERICO VERÍSSIMO (1905-1975) - ESCRITOR BRASILEIRO

O escritor brasileiro Erico Veríssimo nasceu em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Aos 18 anos abandonou os estudos liceais, sem os completar. Ainda na sua terra natal, teve vários empregos, começando por trabalhar num armazém de secos e molhados. Depois disso trabalhou ainda numa casa bancária e numa farmácia. Datam dessa época a sua "primeira literatura".
Ainda muito novo, mudou-se para Porto Alegre em busca do sucesso literário, que virá a alcançar com o seu primeiro romance (Clarissa, 1933).
O seu gosto literário formou-se na leitura da moderna literatura inglesa (Aldous Huxley e Somerset Maugham), que traduziu.
A carreira ficcional de Erico Veríssimo está dividida em três ciclos. O primeiro que abrange Clarissa, 1933; Música ao Longe, 1935; Caminhos Cruzados, 1935; Um Lugar ao Sol, 1936; e Saga, 1940. O segundo ciclo abarca a epopeia de uma região, o Rio Grande do Sul. Nele , Erico Veríssimo narra os sucessos heróicos do povoamento das terras sulinas e da formação da sua sociedade patriarcal. Fazem parte deste ciclo um conjunto de 5 volumes, com o título geral de O Tempo e o Vento (O Continente, 1949; O Retrato, 1951; O Arquipélago, 3 volumes, 1962).
O terceiro ciclo ficcional abarca temas internacionais e ligados a conjunturas políticas. Pertencem a este período: O Senhor Embaixador, 1965; O Prisioneiro, 1967; e Incidente em Antares, 1971.
Fonte: Massaud Moisés e José Paulo Paes (org.) (1987) Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira, 3.ª edição, Editora Cultrix, São Paulo, pp. 430-1.

quarta-feira, 9 de março de 2011

CANDIDO BIDÓ (1936-2011) - PINTOR DOMINICANO

O pintor dominicano Candido Bidó nasceu em Bonao, onde criou um centro cultural. As suas obras caracterizam-se pelo uso de cores intensas como o azul, o amarelo e o laranja.
Candido Bidó, cujas obras se encontram espalhadas por todo o mundo (Estados Unidos, Europa e Médio Oriente), foi distinguido pelo governo francês com a insígnia de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.
Fonte: Correio da Manha, online,9/3/2011, consulta em 9/3/2011.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

EUGENIO TOUSSAINT (1954-2011) - COMPOSITOR MEXICANO

Este pianista e compositor mexicano faleceu, em 9 de Fevereiro, na Cidade do México. Foi uma das figuras mais destacadas do jazz mexicano, tendo iniciado a sua carreira em 1975. Colaborou com músicos como o trompetista Herp Albert e foi director musical de Paul Anka.
Entre os seus discos destacam-se Três Suites (1999), Gauguin (2000), Música de câmara (2004), Dias de los muertos (2005); e albuns de jazz como El Pez dorado (2002), Trío (2004) e Oinos (2008).
Fonte: www.jn.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1779534. Consultada em 10/2/2011.