quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

HORACIO CASTELLANOS MOYA - ROMANCISTA SALVADORENHO

Horacio Castellanos Moya nasceu em 1957, em Tegucigalpa, Honduras. Muito novo, mudou-se com a sua família para El Salvador, onde viveu até 1979. Este romancista é autor de uma vasta obra com traduções em inglês, francês, italiano, português e alemão. Entre os títulos que escreveu figuram: La diáspora (1988), Baile con serpientes (1996), La diabla en el espejo (2000), Insensatez (2004), Desmoronamiento (2006), Tirana memoria (2008), e Breves palabras impúdicas. Recentemente revelou que, em 2011, sairá um novo romance, La sirvienta y el luchador.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

SOLOMON BURKE (1940-2010) - CANTOR SOUL

O cantor de soul Solomon Burke nasceu em Filadélfia, em 1940, e faleceu num avião quando se dirigia para Amesterdão, onde ia apresentar um concerto.
Entre os seus temas mais conhecidos figura Everybody needs somebody to love (de 1964), do qual os Rolling Stones viriam, mais tarde a fazer uma versão; e Cry to Me, que surge no filme Dirty Dancing (1987).
Solomon Burke era também pastor evangélico.
Um dos seus avós, que o marcou profundamente na sua relação com a fé, nasceu em Portugal.
in PÚBLICO, 11/10/2010, p. 12.

domingo, 25 de julho de 2010

MACHADO DE ASSIS - INFLUÊNCIAS

A influência de Machado de Assis na literatura brasileira continua a ser uma constante.
A revista RenovArte (2009, Ano II, n.º 2, Rio de Janeiro, Brasil) da União Brasileira de Escritores-RJ, remete-nos várias vezes para a presença desse literato.
Nos poemas apresentados, dois deles foram buscar a inspiração a Dom Casmurro, em particular á sua personagem Capitu.
O primeiro, com o título "Soneto (Capitu)" foi criado em grande parte com excertos com excertos do próprio livro, como o seu autor, Elvé Monteiro de Castro informa.
Elvé Monteiro de Castro, segundo as notas bibliográficas publicadas em rodapé, é de Minas Gerais e residente no Rio de Janeiro há mais de 40 anos. Engenheiro de electrónica e física (Ph. D.), aposentado da CNEn - Comissão Nacional de Energia Nuclear. Escreveu Quases (2002) e Pele & Papel (2007), tendo além disso coordenado uma colectânea 1825 dias de poesia do Grupo Poesia Simplesmente (2004).
O outro poema também se centra na figura de Capitu que dá também nome ao título, usando a sua autora o nome sem ser na forma de diminutivo, "A Capitolina", forma subtil de valorizar essa figura feminina. A sua autora, Teresa Cristina Meireles de Oliveira é doutora em poética pela Faculdade de Letras da UFRJ e professora de Literatura Comparada na mesma Universidade. Como poeta, publicou Cantares de Marília (1998) e Porto Submerso (2002). É também membro da Academia Brasileira da Literatura, do PEN Clube do Brasil e, actualmente, Directora Cultural da UBE-RJ. Teresa Cristina Meireles de Oliveira é uma estudiosa da obra de Machado de Assis, sendo autora, entre outros trabalhos de A Semântica da Ironia e Processo Metafórico em "Dom Casmurro", Rio de Janeiro, UFRJ, 1973.
Ainda na mesma publicação encontramos um soneto dedicado ao próprio escritor "A Machado de Assis" da autoria de Messody Ramiro Benoliel, que é a presidente da Academia Brasileira da Trova (ABT).

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ARTHUR LAVINE - EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA

Arthur Lavine, um fotógrafo natural de Trenton, Nova Jersei participa, actualmente numa exposição em Balboa Park, Gallery 21, Spanish Village, San Diego, Califórnia, Estados Unidos da América.
Nos anos 50, do século passado, trabalhou como fotógrafo independente para revistas como a Colliers, Esquire, The New York Times Magazine, Glamour, Newsweek, Fortune, Look, Life, Redbook e outras.
Estudou fotografia com Lisette Model, Alexey Brodovitch, Berenice Abbott e Clarence H. White, Jr.
Participou na exposição e livro The Family of Man, nos anos 40.
in http://www.absolutearts.com/artsnews/2010/07/08/36116.html

segunda-feira, 28 de junho de 2010

HABITANDO ESPAÇOS / INHABITING SPACES

Trata-se uma exposição de 4 artistas canadianas, actualmente, aberta ao público no Museu da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (23/6/2010 - 15/7/2010).
Os artistas representados são Helena Hadala, Katie Ohe, Greg Payce e Laurel Smith que através dos seu trabalhos respondem de diferentes formas ao debate instalado em torno do que constitui o "habitar espaços".
Helena Hadala nasceu em 1953, em Calgary, no Canadá. Muitas das suas obras encontram-se espalhadas por colecções públicas e privadas no Canadá, nos Estados Unidos da América, na Europa e na Ásia.
Katie Ohe, residente em Calgary, nasceu em Peers, no Canadá, em 1937. A sua obra encontra-se espalhada por diversas instituições canadianas: Alberta Foundation for the Arts, Edmonton, Canadá; Glenbow Museum, Calgary; Nickle Arts Museum, Calgary; University of Calgary; Canada Council Art Bank Ottawa.
O canadiano Greg Payce nasceu, em 1956, em Edmonton. Tem obra espalhada pelas seguintes colecções: Alberta Foundation for the Arts, Edmonton, Canada; Glenbow Museum, Calgary, Canada; The Canberra School of Art, Canberra, Australia; The China Ceramic Institute, Jingdezhen, China.
Quanto a Laurel Smith nasceu, em 1959, em Calgary. Os seus trabalhos estão presentes as seguintes colecções: Alberta Foundation for the Arts, Edmonton, Canadá; The City of Calgary Civic Art Collection, Calfary, Canadá; Glenbow Museum, Calgary, Canadá; Royal Bank Investments/ Canadian Art Foundation, Toronto, Canadá; Contemporary Art Museum, Visby, Gotland, Suécia.

MACHADO DE ASSIS (1839-1908) - "DOM CASMURRO"

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, no seio de uma família humilde. O pai, mulato carioca, pintava paredes, enquanto a mãe, uma imigrante açoriana, era lavadeira.
Machado de Assis teve apenas oportunidade de fazer a escola primária, sendo, portanto, um autodidacta.
Foi sacristão, empregado de livraria, aprendiz de tipógrafo e revisor tipográfico.
O seu interesse pela literatura espalhou-se pela poesia, romance, novela, conto, crónica, crítica, teatro e tradução.
Foi sócio-fundador da Academia Brasileira de Letras e seu presidente desde 1897 até à sua morte.
Na sua escrita distinguem-se duas fases. A primeira de adesão ao romantismo e a segunda, a partir de 1880, realista.
O romance Dom Casmurro pertence à fase realista e trata da paixão de Bentinho por Capitu que o trai com o seu melhor amigo. Foi publicado no Rio, em 1899 e constitui o apogeu da sua trajectória literária.
Os nomes das personagens fazem parte da própria caracterização das personagens. Com Bentinho, Machado de Assis sugere a ingenuidade, enquanto que o de Capitu parece apontar no sentido oposto, com a sua sonoridade a fazer lembrar o "capeta".
A narração, relativamente ao adultério, permite alguma ambiguidade interpretativa, que tem levado estudiosos a considerar a sua não existência.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

DENNIS HOPPER (1936-2010) - ACTOR NORTE-AMERICANO

O actor norte-americano DENNIS HOPPER nasceu a 17 de Maio de 1936, no Kansas.
Foi um dos protagonistas e realizador do filme Easy Rider (1969), tendo participado em mais de 140 filmes e documentários: O Amigo Americano (1987), Apocalypse Now (1979), Veludo Azul (1986) e Speed - Perigo em Alta Velocidade (1994).
in JORNAL DE NOTÍCIAS, 30/5/2010

LENA HORNE (1917-2010) - ACTRIZ AMERICANA

LENA HORNE nasceu em 30 de Junho de 1917, em Brooklyn, Nova Yorque, no seio de uma família de classe alta. Horne sofreu grande influência da sua avó paterna, Cora Calhoun Horne, destacada activista dos direitos civis norte-americanos e membro da Associação para o desenvolvimento das Pessoas de Cor.
Começou a sua carreira aos 16 anos como cantora de jazz, no Cotton Club. Foi ainda a primeira actriz americana negra a assinar contrato com um grande estúdio de Hollywood (a MGM).
Participou em filmes como Panama Hattie, Stormy Weather, Cabin in the Sky, de Vicente Minelli.
Como cantora o seu primeiro álbum a solo foi Moanin' Low.
in PÚBLICO, 11/5/2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

PABLO ANTONIO CUADRA - POETA NICARAGUENSE

O poeta nicaraguense Pablo Antonio Cuadra, nasceu em Manágua, em 1912, tendo aí falecido em 2002.
Foi um dos criadores do segundo modernismo nicaraguense, tendo dirigido as revistas CUADERNOS DEL TALLER SAN LUCAS, VANGUARDIA, e EL PEZ Y LA SERPIENTE.
Poeta de grande integridade ética escreveu, entre outros, os livros: El jaguar y la luna (1959), Tierra que habla (1974), Cantos de Cifar y del mar dulce (1979) e Siete árboles contra el atardecer (1980). A obra poética completa, em 7 volumes, foi publicada em San José, Libro Libre, 1983-89.
Floriano Martins traduziu para a revista DI VERSOS, 8 (Inverno de 2004), os poemas: O barco negro, Ancestrais e Exílios.

AMANDA BERENGUER - POETISA URUGUAIA

A poetisa uruguaia, Amanda Berenguer nasceu em 1921 (1924 na revista DI VERSOS), em Montevideu. Recebeu por diversas vezes o prémio Bartolomeu Hidalgo. Fez ainda parte do júri do prémio Casa de las Américas. Escreveu diversos livros: Elegia por la muerte de Paul Valéry (1945), La Invitación (1957), Composición de lugar (1976) e La botella verde, Identidade de ciertas frutas (1983), Los signos sobre la mesa (1987), La dama de Elche (1987), Primeiro Prémio de Poesia do Ministério da Cultura no Uruguai, La estranguladora (1998). A sua obra encontra-se reunida em Poesias, 1949-1979 (Buenos Aires, 1980).
Floriano Martins traduziu para a revista DI VERSOS, 8 (Inverno de 2004), os poemas: O golpe, As nozes, e O motor.

FLORIANO MARTINS - POETA BRASILEIRO

Floriano Martins, poeta, editor, ensaísta e tradutor brasileiro, nasceu em 1957, em Fortaleza.
Com Cláudio Willer, dirige a revista Agulha e, com Rosa Alice Branco, a Logovemos.
Escreveu, entre outros, o livro Alma em Chamas.
Nas suas traduções tem divulgado, sobretudo, autores sul-americanos, como a uruguaia Amanda Berenguer e o nicaraguense Pablo Antonio Cuadra.
A revista DI VERSOS, 8 (Inverno de 2004), publicou vários poemas e traduções de Floriano Martins: Tratados da Sombra, Legado de cinzas (Ester), Luz e sombra, O banho das modelo, Abuso da vertigem, Alarde de espelhos e Estatuetas.
Nestes poemas o poeta faz algumas interrogações que vale a pena anotar:
- "Com quem se parece o pobre poeta senão com Deus?"
- "Em que condições se deve julgar um homem?"
- "A memória é um cínico abuso da dor?"

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

FEDERICO PELTZER - ESCRITOR ARGENTINO

Federico Peltzer, poeta, ensaísta e romancista, nasceu em Buenos Aires, em 1924, e faleceu em 2009.
Formou-se em advocacia, em 1948. Foi juiz e professor de literatura na Universidade de Salvador e no Instituo Argentino de Cultura Hispânica.
A sua obra foi bastante premiada: em 1955, o seu romance Tierra de nadie obteve o prémio Emecé; em 1958, foi-lhe atribuído o prémio Kraft pelo seu romance Compartida; em 1964, recebeu a faixa de Honra da Sociedad Argentina de Escritores (SADE), com o livro de poemas La sed con que te llevo; em 1977, foi-lhe dada a Pluma de Prata do Pen Club; e em 1996 foi premiado, na narrativa, pelo Fondo Nacional de las Artes.
Outros romances seu foram La noche(1966); La razón del topo(1971); La vuelta de la esquina(1986); Aquel Sagrado suelo(2000). Na poesia escreveu La sed con que te llevo(1964); Poesia secreta(1978); Los Oficios (1989); Los poemas del niño(1991); El silencio y la sed(1994); Cantares en el tiempo (1994);e Un ancla en el espejo(1995).
Peltzer admirava Borges, Mallea, Denevi, Carmen Gándara. A sua ficção foi enriquecida com elementos históricos como os da Guerra do Paraguai. Considerava que a morte é o que dá sentido e intensidade à vida Al limitarla, se nos exige que demos el máximo da nosotros mismos.
Foi membro de número da Academia Argentina de Letras, desde 1978.
in /www.lanacion.com.ar/nota.asp?nota_id=1158705, consultado em 2010/02/05

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

LITERATURA ARGENTINA - LABARDÉN

LITERATURA ARGENTINA
CAPÍTULO III

LABARDÉN

De todos os escritores de fins e princípios do século, é, sem dúvida, D. Manuel José de Labardén, o mais notável não só como poeta lírico e dramático, mas também como um factor importante do desenvolvimento intelectual da sua época.
Escreveu, identificando-se com a sua terra, obras de algum valor artístico, e que apesar de estarem esquecidas actualmente, foram muito apreciadas pelos seus contemporâneos.
Iniciou-se com alguns artigos literários no El Telégrafo, porém o seu primeiro trabalho de mérito foi a ode Al Paraná.

“Augusto Paraná, sagrado rio…”

Este romance endecassilábico foi recebido com assombro, pois era uma tentativa de poesia descritiva americana, com toques de cor local, sempre agradáveis e novíssimos na escola a que o autor pertencia.
No meio do aparato mitológico próprio do tempo, aparecia o deus do grande rio argentino, coroado de juncos retorcidos e de camalotes silvestres,

“En el carro nácar refulgente,
Tirado de caimanes recamados
De verde y oro…”

[“Num carro em madrepérola refulgente,
Puxado por caimões bordados
De verde e ouro…”]

Descreve, em seguida, a sua gruta decorada de pérolas da cor da neve e ígneos topázios,

“En que tiene volcada la urna de oro
De ondas de plata siempre rebosando.”

[“Em que tem voltada a urna de ouro
De ondas de prata sempre transbordando.”

O Paraguai e o Uruguai saem ao seu encontro, conduzindo, para atrelá-los ao seu carro, os cavalos do mar patagónico, e possuído dum entusiasmo muito sincero, ainda que não seja muito liricamente expresso, saúda aquele monarca dos rios com um hino triunfal, que é ao mesmo tempo um presságio da opulência e felicidade que o poeta augurava para a sua pátria.
[Emilio Alonso Criado]
(Continuação)