sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

FEDERICO PELTZER - ESCRITOR ARGENTINO

Federico Peltzer, poeta, ensaísta e romancista, nasceu em Buenos Aires, em 1924, e faleceu em 2009.
Formou-se em advocacia, em 1948. Foi juiz e professor de literatura na Universidade de Salvador e no Instituo Argentino de Cultura Hispânica.
A sua obra foi bastante premiada: em 1955, o seu romance Tierra de nadie obteve o prémio Emecé; em 1958, foi-lhe atribuído o prémio Kraft pelo seu romance Compartida; em 1964, recebeu a faixa de Honra da Sociedad Argentina de Escritores (SADE), com o livro de poemas La sed con que te llevo; em 1977, foi-lhe dada a Pluma de Prata do Pen Club; e em 1996 foi premiado, na narrativa, pelo Fondo Nacional de las Artes.
Outros romances seu foram La noche(1966); La razón del topo(1971); La vuelta de la esquina(1986); Aquel Sagrado suelo(2000). Na poesia escreveu La sed con que te llevo(1964); Poesia secreta(1978); Los Oficios (1989); Los poemas del niño(1991); El silencio y la sed(1994); Cantares en el tiempo (1994);e Un ancla en el espejo(1995).
Peltzer admirava Borges, Mallea, Denevi, Carmen Gándara. A sua ficção foi enriquecida com elementos históricos como os da Guerra do Paraguai. Considerava que a morte é o que dá sentido e intensidade à vida Al limitarla, se nos exige que demos el máximo da nosotros mismos.
Foi membro de número da Academia Argentina de Letras, desde 1978.
in /www.lanacion.com.ar/nota.asp?nota_id=1158705, consultado em 2010/02/05

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

LITERATURA ARGENTINA - LABARDÉN

LITERATURA ARGENTINA
CAPÍTULO III

LABARDÉN

De todos os escritores de fins e princípios do século, é, sem dúvida, D. Manuel José de Labardén, o mais notável não só como poeta lírico e dramático, mas também como um factor importante do desenvolvimento intelectual da sua época.
Escreveu, identificando-se com a sua terra, obras de algum valor artístico, e que apesar de estarem esquecidas actualmente, foram muito apreciadas pelos seus contemporâneos.
Iniciou-se com alguns artigos literários no El Telégrafo, porém o seu primeiro trabalho de mérito foi a ode Al Paraná.

“Augusto Paraná, sagrado rio…”

Este romance endecassilábico foi recebido com assombro, pois era uma tentativa de poesia descritiva americana, com toques de cor local, sempre agradáveis e novíssimos na escola a que o autor pertencia.
No meio do aparato mitológico próprio do tempo, aparecia o deus do grande rio argentino, coroado de juncos retorcidos e de camalotes silvestres,

“En el carro nácar refulgente,
Tirado de caimanes recamados
De verde y oro…”

[“Num carro em madrepérola refulgente,
Puxado por caimões bordados
De verde e ouro…”]

Descreve, em seguida, a sua gruta decorada de pérolas da cor da neve e ígneos topázios,

“En que tiene volcada la urna de oro
De ondas de plata siempre rebosando.”

[“Em que tem voltada a urna de ouro
De ondas de prata sempre transbordando.”

O Paraguai e o Uruguai saem ao seu encontro, conduzindo, para atrelá-los ao seu carro, os cavalos do mar patagónico, e possuído dum entusiasmo muito sincero, ainda que não seja muito liricamente expresso, saúda aquele monarca dos rios com um hino triunfal, que é ao mesmo tempo um presságio da opulência e felicidade que o poeta augurava para a sua pátria.
[Emilio Alonso Criado]
(Continuação)