sexta-feira, 13 de novembro de 2009

LITERATURA ARGENTINA - ÉPOCA COLONIAL

(Continuação)
A "literatura colonial" refere-se ao cultivo que teve o pensamento sob todas as formas, durante o tempo da dominação espanhola, no território que hoje constitui a República Argentina.
Aquela literatura pode dizer-se que foi uma planta exótica transplantada para um solo virgem; nada mais que um ribeirito que vai desaguar na corrente mãe. Trata-se simplesmente, neste caso, de averiguar e constatar o caminho seguido entre nós pelos que se dedicaram às letras, estudando o alcance das produções do espírito debaixo das influências imediatas que obraram neste solo.
Não há em geral, na literatura deste tempo, um livro que leve a marca desse tempo. Se à rude luta pela vida num ambiente mesquinho juntarmos a monotonia de uma sociedade onde a influência estrangeira era desconhecida, que passava os seus dias alheada e sonolenta no meio dos assaltos e tropelias ou de etiquetas e cerimónias, cuja vida privada representavam a sujeição, a ignorância e a superstição, com isso se explica a pobreza em produções de génios.
Alguns historiadores negam a existência de uma "literatura colonial".
Nesta época embrionária do pensamento argentino, quando a literatura não só não era fomentada, senão combatida na América oprimida; quando a maior das bibliotecas conventuais (únicas que existiam) contava apenas com uns mil volumes, dos quais segundo os historiadores mais conceituados, novecentos e oitenta, pelo menos, versavam sobre a moral religiosa e filosofia escolástica, não havendo literatura propriamente dita senão por acaso algum Séneca, algum Josefo, algum De Officiis, de Cícero.
A literatura colonial é a fusão do sangue espanhol e o espírito crioulo, podendo considerar-se esta época do pensamento como um ramo da literatura espanhola e como o gérmen da literatura argentina. (continua)

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