domingo, 15 de novembro de 2009

LITERATURA ARGENTINA - PRIMEIRAS TENTATIVAS LITERÁRIAS

(Continuação)
Capítulo II [Emilio Alonso Criado]

A literatura começou nestas regiões, como noutras partes da América, por crónicas e relações do descobrimento e da conquista, entre estas encontram-se as de Ulrico Schmidel, que tomou parte em 1534 na expedição de D. Pedro de Mondonza e os Comentários do "adelantado" Alvar Nunez Cabeza de Vaca, que se imprimiram em 1555.
As anteriores foram escritas em prosa, porém também houve crónicas em verso, de alguma importância, ainda que nunca comparáveis com os grandiosos poemas de Ercilla ou Castellanos nem de outros cantores, que nas diversas regiões do novo continente, afinaram as suas liras no rugido das suas pampas e no arrolhar das suas frondosas selvas, ou combinaram com o sublime da abstracção poética, os ferozes ímpetos exalados pelo valente selvagem, no meio das lutas cruéis da conquista da americana.
A primeira obra desta natureza, escrita nestas regiões foi La Argentina, poema histórico de que foi autor o extremenho D. Martín del Barco de Centenera (1572).
O seu mérito como poema é escasso, para além de ser muito deficiente a inspiração, está cheio de incidentes que entorpecem a narração, o seu estilo é muito pobre e descuidado.
A sua importância está centrada na parte histórica, tanto como cronista do "adelantado" Ortíz de Zárate, tanto como biógrafo do fundador de Buenos Aires, D. Juan de Garay.
Apesar das suas deficiências, é a obra mais interessante que se conhece da literatura colonial nos séculos XVI e XVII.
(contínua)

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